O desafio de Iturbe
postado sábado, 13 de agosto de 2011 às 10:37 | 0 comentário/s

O seleccionador da Argentina, Walter Perazzo, falou ao jornal O JOGO da importância de preservar alguma normalidade ao talento extraordinário que, depois do Mundial'sub-20 da Colômbia, se mudará para o Dragão.

Iturbe terá hoje (dia 13) a primeira dose de adaptação ao futebol de Portugal, no sentido literal. Os quartos-de-final do Mundial'sub-20 anteciparão o que o benjamim da Argentina enfrentará depois, quando se mudar para o FC Porto. O seleccionador Walter Perazzo acredita que ficará em boas mãos. "Parece-me que o FC Porto sabe lidar com jogadores jovens da América do Sul, não é a primeira vez que tem um futebolista nestas condições", explica, aceitando o amadurecimento (todavia precoce) de James Rodríguez como prova de que no Dragão, "sabem como tratar um jovem jogador, protegê-lo". Essa é uma tarefa quotidiana para o técnico da Argentina e para todos os que, em redor, se asseguram de garantir o máximo de normalidade a quem nasceu com um extraordinário talento para o futebol e vive perseguido pela comparação a Messi. "É um jovem com qualidades diferentes, trouxemo-lo sendo dois anos mais novo, logicamente, não queremos dar toda a responsabilidade que, muitas vezes, lhe quer dar a imprensa", nota. "A ideia é que vá queimando etapas e que entenda que não é senão mais uma peça da equipa", explica, com a mesma paciência com que responde aos jornalistas argentinos, nas conferências de imprensa. "Tratamos de tirar-lhe a pressão", resume, ainda que essa seja "uma forma de vida" para os futebolistas da Argentina, como para os do Brasil, cujos passos são seguidos com a "expectativa de ser campeão".

Iturbe tem, no Mundial'sub-20 da Colômbia, a oportunidade de aprender a lidar com essa carga, que já não é nova para Walter Perazzo. Na antevisão de cada um dos quatro desafios da Argentina, Iturbe foi motivo de conversa. O talento dele apetece à equipa que vive da eficácia de Erik Lamela, e gerir essa gula que o miúdo da camisola 11 desperta. "Em quatro jogos, fez dois como titular e nos outros dois começou no banco", recorda quem o guardou para a segunda parte dos encontros com o México e Egipto e lhe deu o jogo todo com a Inglaterra e a Coreia do Norte, em parte porque, apesar da euforia, a Argentina não é só Iturbe: "Tenho uma série de valentes jogadores que tenho de aproveitar da melhor maneira". Quanto a Iturbe, importa "dar-lhe rotação, não sobrecarregar", e aproveitar os melhores momentos para lançá-lo. "No segundo tempo, o jogo é mais aberto, ele é muito explosivo", daí a permanência no banco, nos momentos de maior cautela deste mundial, "importante" para dar ao jovem atacante "experiência" para continuar a crescer precocemente, para ir "subindo na carreira", sem perder de vista que é ainda um menino. "Há que ter em conta que ainda é um jogador a moldar", insiste Perazzo, que confia na estrutura portista para continuar a tarefa de proteger Iturbe, quando se esgotar este Mundial.

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