FC Porto segura jóias e garante prodígios
postado sexta-feira, 12 de agosto de 2011 às 12:01 | 0 comentário/s

O FC Porto foi o grande que menos recorreu ao mercado de transferências, o que não significa que tenha o plantel menos forte dos três. Pelo contrário. Pinto da Costa assegurou a continuidade das «jóias da coroa» - Hulk, Moutinho e, pelo menos até ver, Falcao – e apetrechou o grupo com novas alternativas de qualidade, casos de Kléber e do prodígio Iturbe, por exemplo. Só a saída de André Villas-Boas pode fazer mossa, mas a continuidade do ex-adjunto-agora-principal Vítor Pereira promete uma transição suave.

O discurso do presidente portista tem sido repetidamente o mesmo: para alguém tirar jogadores do Dragão é imprescindível que cheguem à SAD cheques no valor das cláusulas de rescisão dos respectivos atletas. Rolando, Álvaro Pereira, Fernando, Moutinho, Guarín e Falcao estão todos os dias, quase sem excepção, nas páginas dos jornais. São bons, são interessantes, mas são caros. Assim, continuam a treinar no Olival, e o objectivo portista é que por lá trabalhem até à meia-noite de 31 de Agosto.

Na baliza

Há Helton, capitão e garantia de fiabilidade. E há a novidade Rafael Bracalli (Nacional), um «jovem» de 30 anos, com talento, maturidade e experiência na liga, o que o coloca como boa alternativa. E há, à data que se escreve este resumo, Beto. O internacional português deve estar a contar as horas para despir a farda azul e branca e vestir uma qualquer outra que lhe assegure maior utilidade ou, melhor dizendo, a titularidade. A saída do 24 não está descartada de todo mas deve ser operada por empréstimo, porque no Dragão todos lhe apontam qualidades. Depois, há ainda o juvenil Kadu, que treina dia-a-dia com o plantel principal para aprender e evoluir mais rápido.

Na defesa

Mantém-se intacto o forte azul e branco. Sapunaru, Fucile, Rolando, Maicon, Otamendi, Sereno, Rafa e Álvaro Pereira continuam na cidade Invicta, com rotinas assentes e reforçadas. O romeno, os uruguaios e o goleador da Supertaça têm mercado quanto baste, mas poucos – até agora nenhuns – clubes se mostraram disponíveis para pagar o exigido pelo FC Porto. Sereno terá abertura para rodar noutro emblema caso se confirme a chegada de Mangala, mas para já essa é apenas uma situação hipotética. O mesmo cenário envolve David. Confirmadas estão as chegadas de Alex Sandro, para a ala canhota, e Danilo, para a lateral direita ou meio-campo. O lamento do dragão prende-se é com a viagem tardia do mais polivalente do Santos, que só deve estar liberto dos brasileiros em Janeiro.

No meio-campo

Está uma das virtudes, digamos assim. Se João Moutinho fica, os portistas estão descansados. Se Guarín fica, idem. Se Belluschi fica, idem aspas. Souza é aposta para esta temporada, Ruben Micael terá igualmente o seu espaço. Castro é ainda incógnita, como se reforça mais abaixo. Fernando, esse, está na calha para ir estender os tentáculos para outros mares, mas navega ainda nas calmas águas da beira-Douro e pode mesmo ficar mais um ano no Dragão, ao contrário do que ele próprio esperaria.

No ataque

Não se pode dizer que haja surpresas, mas há boas novidades. É inevitável não começar por referir Juan Manuel Iturbe. Só tem 18 anos, chega do «pequeno» Cerro Porteño, mas tem tanta magia nos pés que paraguaios e argentinos, siderados com o talento de 1,70m, o chamam de «novo Messi» e la pulguita. É esperar para ver, mas... promete.

Quem já começou a quebrar barreiras e a deixar de prometer para cumprir foi Kléber. O avançado (Marítimo) teve de esperar um ano para vestir a camisola que mais queria mas chegou com a corda toda, leia-se entrega e golos, e já merece um carinho especial dos adeptos.

Kelvin (Paraná) chegou, pouco jogou, muito fintou, e acaba por sair para o Rio Ave para aprender os conceitos da liga lusa, num emblema com menos objectivos e, consequentemente, menos pressão. Djalma (Marítimo) é o nome menos sonante dos que entraram, mas o conhecimento da liga nacional e a rapidez de processos torná-lo-á numa arma útil para as alas do ataque.

Ataque esse que contém o ídolo Hulk, a postos para mais uma época incrível, Varela, James Rodríguez, que já prometeu explodir, Walter e, até caírem 45 milhões nos cofres azuis e brancos, o homem-golo e também ídolo Falcao. Christian Atsu e Cristian Rodríguez ainda entram na planificação dos treinos, mas à condição.

Do lado de fora

Ficou, primeiro que tudo, o treinador «de sonho». André Villas-Boas conquistou um a um os adeptos portistas, fez-lhes juras e promessas de amor, agravadas com o facto de ter levantado um a um os quatro troféus mais importantes em que o FC Porto participava. Depois, quando nada o fazia prever, um outro azul, muito mais endinheirado mas não necessariamente mais vencedor, conquistou-o e tirou-o da sua cidade. No norte de Portugal poucos perceberam a súbita mudança, ainda menos a perdoam. Mas Villas-Boas já foi e Vítor Pereira ficou, com a plateia a dividir-se entre a confiança e o benefício da dúvida, mas a apoiar a nova escolha de Pinto da Costa.

Para além do técnico também um dos capitães se despediu do Dragão. Mariano González nunca foi um dos preferidos do público, mas ganhou o respeito das bancadas a pulso e subiu de importância no balneário por nunca desistir. Era um dos mais antigos na casa.

Como Mariano, tomaram o caminho da saída Kieszek e Tiago Maia. Addy fez a pré-época mas vai ser novamente emprestado. O mesmo é capaz de suceder a André Castro, pese o esforço e a dedicação do centrocampista, que tanto almeja triunfar no clube do coração. E por fim há Cristian Rodríguez, que causou euforia ao trocar a águia pelo dragão mas que se deixou ultrapassar nas escolhas. Os discursos deste verão não ajudaram e devem contribuir ainda mais para o uruguaio, campeão da Copa América, deixar o FC Porto. Se alguém aparecer com o valor certo, claro está.

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